28 de junho de 2012

O sapo e o escorpião

  

pião Sobre a maldade e a ingratidão
                 Certa vez, após uma enchente, um escorpião, querendo passar ao outro lado do rio, aproximou-se de um sapo que estava à beira e fez-lhe um pedido:
"Sapinho, você poderia me carregar até a outra margem deste rio tão largo?"
 O sapo respondeu:
"Só se eu fosse tolo!  Você vai me picar, eu vou ficar paralisado e morrer."
Mas o escorpião retrucou, dizendo:
"Isso é ridículo!  Eu não pagaria o bem com o mal."   
E o sapo sempre se negando a levá-lo. E tanto insistiu o escorpião que o sapo, de boa-fé, confiando na lógica do aracnídeo peçonhento, concordou. Levou o escorpião nas costas, enquanto nadava para atravessar o rio. No meio do rio, o escorpião cravou seu ferrão no sapo.
Atingido pelo veneno, já chegando à margem do rio, moribundo, o sapo voltou-se para o escorpião e perguntou:
"Por que você fez isso comigo, escorpião ? Qual o porquê dessa sua maldade ? Diga-me. Por quê ?"
 E o escorpião respondeu:
"Não sei...  Sabe, não sei mesmo !!!  Talvez porque eu seja um escorpião e essa é a minha natureza..."

25 de junho de 2012

A ESCOLA DOS BICHOS




Rosana Rizzuti


Conta-se que vários bichos decidiram fundar uma escola. Para isso reuniram-se e começaram a escolher as disciplinas.

O Pássaro insistiu para que houvesse aulas de vôo. O Esquilo achou que a subida perpendicular em árvores era fundamental. E o Coelho queria de qualquer jeito que a corrida fosse incluída.

E assim foi feito, incluíram tudo, mas...

cometeram um grande erro. Insistiram para que todos os bichos praticassem todos os cursos oferecidos.

O Coelho foi magnífico na corrida, ninguém corria como ele. Mas queriam ensiná-lo a voar.

Colocaram-no numa árvore e disseram: "Voa,Coelho". Ele saltou lá de cima e "pluft"...

coitadinho! Quebrou as pernas. O Coelho não

aprendeu a voar e acabou sem poder correr também.

O Pássaro voava como nenhum outro, mas o

Obrigaram a cavar buracos como uma topeira.

Quebrou o bico e as asas, e depois não conseguia voar tão bem, e nem mais cavar buracos.


SABE DE UMA COISA?


Todos nós somos diferentes uns dos outros e cada um tem uma ou mais qualidades próprias dadas por DEUS.

Não podemos exigir ou forçar para que as

outras pessoas sejam parecidas conosco ou tenham nossas qualidades.

Se assim agirmos, acabaremos fazendo com que elas sofram, e no final, elas poderão não ser o que queríamos que fossem e ainda pior, elas poderão não mais fazer o que faziam bem feito.


RESPEITAR AS DIFERENÇAS É AMAR AS PESSOAS COMO ELAS SÃO.

















































A Ratoeira

A Ratoeira

      Um rato olhando pelo buraco da parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que poderia haver ali. Ao descobrir que era uma ratoeira, ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos.  Foi ao galinheiro e falou:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa !!!
     A galinha disse:
- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.
        O rato foi até o chiqueiro e disse ao porco:
- Há uma ratoeira em casa, uma ratoeira !!!
      O porco respondeu:
- Desculpe-me Sr. Rato, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar. Ratoeira é pra pegar ratos.  Fique tranqüilo que o senhor será lembrado nas minhas preces.
      O rato dirigiu-se então a vaca. E ela lhe disse:
 - O que Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não!!!
     Então o rato voltou para casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira do fazendeiro. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando uma vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pegado. No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pegado a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher...   O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre. E todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou sua faca e foi providenciar o ingrediente principal: galinha. Como a doença da mulher piorasse, os amigos, parentes e vizinhos vieram visitá-la.
         Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco. A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca para alimentar aquele povo todo.
  


  MORAL DA HISTÓRIA: Na próxima vez em que você ouvir  alguém dizer que está diante de um problema e acreditar que esse problema não lhe diz respeito, lembre-se que, quando há uma ratoeira na casa, toda a fazenda corre o risco.  (autor desconhecido)

O CÃOZINHO E A ONÇA





  O CÃOZINHO E A ONÇA  
Sobre a astúcia e imaginação
Um jovem de família muito rica certa vez foi à caça e levou consigo um cachorrinho dálmata para não se sentir tão só na mata e, também, ensiná-lo a caçar.
Um dia, já na expedição, o cachorrinho começa a brincar de caçar mariposas e quando se dá conta já está muito longe do grupo do seu dono.  Nisso vê que vem perto uma onça correndo em sua direção. Ao perceber que a onça iria devorá-lo, pensa rápido no que fazer. Vê uns ossos de um animal morto e se coloca a mordê-los.  
Então, quando a onça estava a ponto de atacá-lo, o cachorrinho diz em voz alta:
 "Ah, que delicia esta onça que acabei de comer!”
A onça pára bruscamente e sai apavorada correndo do cachorrinho e vai pensando:
"Mas que cachorro bravo! Por pouco não come a mim também!..."
Um macaco, fofoqueiro, que estava trepado em uma árvore perto e que havia visto a cena, sai correndo atrás da onça para lhe contar como ela foi enganada pelo cachorro.  Mas o cachorrinho percebe a manobra do macaco.  O macaco alcança a onça e lhe conta toda a história.  Então, a onça furiosa diz:  
 "Cachorro malandro! Vai me pagar! Agora vamos ver quem come a quem!"
"Depressa!"  - Disse o macaco puxa-saco -   "Vamos alcançá-lo!"  
E montou nas costas da onça.  E saíram correndo para caçar o cachorrinho. O cachorrinho vê que a onça vem atrás dele de novo e desta vez traz o macaco montado em suas costas, E pensa:
"Ah, macaco safado! O que faço agora?"   
 Pensou, pensou. . .
O cachorrinho, ao invés de sair correndo, fica de costas como se não estivesse vendo nada, e quando a onça estava a ponto de atacá-lo de novo, o cachorrinho diz em voz alta:
"Cadê aquele macaco preguiçoso ? Faz meia hora que eu o mandei me trazer uma outra onça para eu comer e ele ainda não voltou! Quando ele voltar eu vou dar uma surra nele que até o diabo vai ter dó !"
A onça, ao ouvir isso, com medo e com os pelos em pé, bateu em retirada.

MORAL DA HISTORIA:
"Em momentos de crise a imaginação é mais importante que o conhecimento"

 

FESTA NO CÉU

FESTA NO CÉU.
       Correu na floresta a notícia de que à noite haveria uma festa no céu, mas que somente as aves seriam convidadas. Todo o povo de pena ficou feliz com aquele obséquio e, lisonjeados começaram a caçoar dos peixes e dos terrestres. Pousando perto da lagoa um urubu pôs-se a tagarelar com o sapo, seu velho conhecido.
Papo vai, papo vem, o urubu se ufanava de ser convidado de honra para a festa no céu, e rabulava a não mais poder. O sapo, coitado, ficava ali à beira do lago,  tendo que ouvir  e aguentar a prosápia do fanfarrão. O urubu se jactava tanto que chegava a babar, tocava viola e cantava sua alegria, e ria. Nisso aproximou-se, devagar, uma tartaruga, emergindo do fundo da lagoa para ouvir o colóquio, e indagou:
- Mas, compadre urubu, será que eu e o sapo, meu amigo, não poderíamos ir ? Por que motivo seríamos alijados de tal festa ? Sempre fomos bons animais...
- Sei não, comadre tartaruga, o fato é que vivemos nas alturas, olhamos o mundo de cima para baixo, somos superiores; quem sabe um dia chegue a vez de vocês... disse o urubu em tom de zombaria.
       Um esquilo que estava ali próximo, encarapitado em uma árvore, a tudo ouvia e ficou indignado com tamanha discriminação animal, e aproximou-se para participar da conversa, dizendo:
 - Ouçam-me, isso soa a discriminação animal. Não é justo que fiquemos de fora dessa festa.
       O urubu, "tô nem aí", feliz da vida foi dar um vôo e buscar uma carniça para levar à festa, deixando a viola encostada a uma árvore ali perto. O esquilo, o sapo e a tartaruga, confabulando, tiveram uma ideia: entraram dentro da viola e ficaram quietinhos, sem dar um pio, pois iriam de carona.
        Chegada a noite o urubu retornou e, não avistando mais os três amigos, pegou a viola, colocou-a às costas e rumou ao céu. Lá chegando, arfando de cansaço e com a língua de fora, esta parecendo uma gravata, disse ao seu colega gavião:
- Caramba, que dureza, pensei que não chegaria tal o peso dessa carniça e da viola. Acho que de tão cansado nem poderei mostrar meus dotes de  violeiro. Vou apenas cantar, pois tenho uma voz de tenor.
E soltando a voz começou a crocitar. Fazendo-lhe coro, a araponga bigorneava, o papagaio palreava, a arara taramelava, a gralha grasnava, o cisne arensava e a pomba arrulhava.  O sabiá gorjeou, o anu piou e o beija-flor trissou.
       Começado o baile, ao ouvirem música e algazarra, os três amigos saltaram de dentro da viola e foram participar da festa. O sapo coaxava e o esquilo guinchava de alegria. As outras aves, ouvindo aquele som diferente, ficaram admiradas pelo modo como aqueles três intrusos conseguiram chegar até ali. O três, porém, sempre que indagados, tergiversavam e mudavam o rumo da conversa. Inquiridos, só riam. 
   
           Lá embaixo, na terra, ouvindo a algazarra no céu e não podendo participar da festa, o burro começou a azurrar, o leão a rugir, a raposa a uivar, o porco a grunhir, o pato a grassitar, a anta a assobiar, o veado a bramir e a cobra a silvar. O grilo, por sua vez, trilava e a cigarra estridulava. O tatu e a girafa como não têm voz, ficavam só ouvindo.
        E o baile durou a noite toda. Os três amigos se divertiram muito.  Acabado o baile, ao raiar do sol rumaram para a viola do urubu e ali se aninharam felizes da vida.  Após a debandada o urubu pegou a sua viola, meteu-a às costas, e retornou à terra. Nem bem voara um bom trecho ouviu um barulho estranho dentro da viola.  Olhou lá dentro e viu o sapo roncando; olhando melhor, avistou o esquilo e a tartaruga.  
- Ah seus espertalhões, então foi desse modo que conseguiram ir ao baile, né? - disse o urubu.  Assim dizendo, chacoalhou a viola e os três amigos despencaram céu abaixo, rumo à terra. O esquilo, esperto, estendeu ambas as quatro patas e planou até aterrissar em uma árvore, o sapo deu sorte e veio a cair em uma lagoa, não sofrendo dano algum.  Mas a tartaruga, coitada, essa não teve melhor sorte, e caiu estatelada em uma rocha. Ficou com o casco em pedaços. 
       Condoídos com a sua situação vieram em seu socorro todos os animais da floresta, juntaram todos os pedaços de seu casco que se espatifara e foram juntos, montando o quebra-cabeças em que se transformara seu casco. O porco-espinho contribuiu com um espinho, à guisa de agulha; a aranha forneceu seu fio forte, para juntos costurarem a costa da comadre tartaruga. E foi assim que, com a união dos amigos, a tartaruga voltou a viver e até hoje em qualquer lugar do mundo tem o casco todo remendado.
Conto tradicional do folclore brasileiro- autor: Luís da Câmara Cascudo
Adaptado para este site por E. Pimentel para melhor didática da língua pátria.
 

A RAPOSA E A CRIANÇA



Sobre a retidão de caráter
Existia um lenhador que acordava às seis horas da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha, e só parava tarde da noite. Esse lenhador tinha uma linda filhinha Ágatha, de 6 anos e uma raposa, sua amiga, a qual tratava como bicho de estimação e era de sua total confiança. Todos os dias o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa brincando com sua filhinha. Todas as noites, ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada. Os vizinhos do lenhador, porém,  alertavam-no e diziam-lhe que a raposa era um bicho, um animal selvagem e,  portanto, não era confiável. Quando ela sentisse fome, devoraria a criança. O lenhador, sempre retrucando com os vizinhos, falava que isso era uma grande bobagem, que a raposa era sua amiga e jamais faria isso. Os vizinhos insistiam:
- Lenhador, abra os olhos! A raposa vai devorar sua filhinha.  Quando sentir fome comerá sua filhinha!
Um dia o lenhador, muito exausto do trabalho e muito cansado desses comentários, ao chegar em casa, viu a raposa, abanando a cauda, feliz como sempre, saindo do quarto da criança e, próximo da porta um rastro de sangue. O animal tinha a boca totalmente ensanguentada. O lenhador tremeu, suou frio e, sem pensar duas vezes, acertou uma machadada na cabeça da raposa.
Ao entrar no quarto, desesperado, encontrou sua filhinha no berço, dormindo tranquilamente, e ao lado do berço uma cobra gigante, morta. O lenhador enterrou o machado e a raposa juntos.  E chorou.  Chorou. Chorou muito.
"Der Fuchs und das Mädchen"  (Bild: Kinowelt GmbH)

 MORAL DA HISTÓRIA:
Se você confia em alguém, não importa o que os outros pensam e dizem a respeito, siga sempre o seu caminho e não se deixe influenciar, mas principalmente seja astuto e nunca tome decisões precipitadas. A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las.  Quem vai pela cabeça dos outros é piolho. Não se deixe emprenhar pelos ouvidos.


Fábulas


O QUE SÃO FÁBULAS ? 
      Fábulas, assim como os Contos, são estórias curtas, menores que novelas (que são longas). São, grosso modo, histórias fantásticas cujos personagens são animais, os quais,  sentem agem e pensam como os seres humanos, recurso literário conhecido como antropomorfização. As fábulas, por serem uma das mais antigas maneiras de contar histórias edificantes, expressam e veiculam uma norma de conduta (moral da história) para sintetizar a essência humana, suas emoções e sentimentos. Contêm um fundo moral para a educação humana e criticam os valores da nossa sociedade.
Como ritos de passagem nas etapas de desenvolvimento e cognição (busca do conhecimento e amadurecimento), auxiliam a criança a lidar com o presente, preparando-a para enfrentar a vida, a sair para a fase adulta, a entrar no mundo real. Por exemplo, futura separação da família (a criança terá que um dia sair do lar paterno), desagregação e desavenças familiares (desentendimentos com os pais, separação e divórcio). As fábulas são, enfim, uma ponte supranacional, ou seja, são historinhas provenientes de vários povos e culturas, transpostas do mundo animal para o humano, fazendo com que as crianças de todo o mundo vençam eventuais barreiras geográficas ou lingüísticas.
Nos contos de fadas os dilemas existenciais da criança em formação são personificados pelos animais. Só escutando repetidamente um conto de fadas a criança amadurecerá ao inserir-se nele introjetando-se no mudo fantasioso; a repetição e audição  fixa-lhe na memória o admonitório (conselho, advertência).
Fábulas e Contos de Fadas retratam e espelham a essência humana, suas emoções e sentimentos, daí os seus derivados: algo fabuloso, fortuna fabulosa... 
O autor grego Esopo usava animais em suas fábulas.
Eis a definição do que é uma fábula,  segundo alguns fabulistas:
·               ·     “Fábula é um discurso mentiroso que retrata uma verdade.” -Theon (século I d.C.) 
·               ·    “A fábula tem dupla finalidade: entreter e aconselhar”. - Fedro (século I d.C.) –  
·               ·     “A fábula é uma pequena narrativa que, sob o véu da ficção, guarda uma moralidade”. - La Fontaine(século XVII) –  
·               Contos-de-fadas - são contos de fadas, onde aparece o sobrenatural, o maravilhoso;
·               Contos-de-encantamento - são estórias que apresentam metamorfoses, ou transformações, por encantamento, a maioria;
·               Contos maravilhosos - são estórias que apresentam o elemento mágico, sobrenatural, integrado naturalmente nas situações apresentadas;
·               Contos de enigma ou mistério - são estórias que têm como eixo um enigma a ser desvendado;
          Contos jocosos - são estórias humorísticas ou divertidas.